sexta-feira, 16 de agosto de 2013

CURRÍCULO

O currículo escolar representa a caminhada que a aluna ou o aluno fazem ao longo de seus estudos, implicando tanto conteúdos estudados quanto atividades realizadas sob a tutela escolar. A origem da palavra currículo – currere (do latim) – significa carreira. Neste sentido, conforme Gimeno Sacristán (1998): “A escolaridade é um percurso para os alunos/as, e o currículo é seu recheio, seu conteúdo, o guia de seu progresso pela escolaridade ” (p. 125). Um currículo pode ser definido por uma Rede de Ensino (para todas as suas escolas), ou por uma escola em particular. Um currículo também pode ser definido a partir dos livros didáticos que são adotados para cada série escolar ou pode funcionar a partir de algumas diretrizes nacionais. Em nosso país não existe um currículo único nacional, conhecemos os Parâmetros Curriculares Nacionais que trazem, como sugestão, uma forma de definição das disciplinas e distribuição dos conteúdos entre os componentes curriculares propostos. Devido à dimensão territorial e à diversidade cultural, política e social do país, nem sempre os Parâmetros Curriculares chegam às salas de aula. O que nos interessa neste momento é discutir o currículo frente ao desafio de ensinar a todos e, portanto, como trabalhar a partir de um currículo com as diferenças nas formas de aprender e na cultura. Com este objetivo, várias escolas brasileiras têm elaborado formas de organização do ensino que privilegiam conhecimentos da pedagogia contemporânea para oportunizar a todos o acesso ao conhecimento. Entre estas contribuições encontramos: a importância de trazer para a sala de aula a cultura local, o estudo de problemas cotidianos, a aplicação do conhecimento aos problemas que a aluna ou o aluno precisam enfrentar em seu dia-a-dia. Junto a esta perspectiva, encontramos também a possibilidade de libertar a escola do cumprimento de uma lista de conteúdos previamente estipulados e, propondo aprendizados fundamentais em um determinado número de anos (além do ano letivo), ir desenvolvendo métodos de acompanhamento das aprendizagens que atendam ao contexto de desenvolvimento que cada aluno apresenta. Neste sentido: “O currículo surge, então, em uma dimensão ampla que o entende em sua função socializadora e cultural, bem como forma de apropriação da experiência social acumulada e trabalhada a partir do conhecimento formal que a escola escolhe, organiza e propõe como centro as atividades escolares ” (Krug, 2001, p. 56). Esta compreensão implica, ao abordar o currículo escolar, entender que este apresenta aspectos inter-relacionados de diferentes áreas humanas: sócio-antropológica, psicopedagógica, epistemológica e filosófica. A contribuição sócio-antropológica ao currículo se dá na medida em que a escola reconhece as relações sociais e os instrumentos culturais aos quais os alunos e alunas têm acesso, buscando, como propõe Freire (1972), na prática social, a fonte e o fim dos conhecimentos que serão trabalhados. A psicopedagogia nos faz perceber que a aprendizagem escolar precisa ser compreendida na relação dialética entre biológico e cultura, relação esta que se dá progressivamente, semelhante à figura de uma espiral e não de uma linha reta. No processo de conhecer não existe retorno, mas avanços progressivos. A convivência com diferentes saberes, nesta perspectiva, é um impulso para a aprendizagem. A epistemologia nos desafia a questionar constantemente qual é o conhecimento que vale para o mundo hoje. Todo conhecimento é considerado político, pois pode servir à promoção da justiça, da liberdade, da melhoria de vida dos empobrecidos, por exemplo, ou pode servir à submissão, à dependência, ao empobrecimento ambiental e cultural. Filosoficamente, o currículo escolar responde se todos serão percebidos como alunos que aprendem, e promovidos na sua aprendizagem, ou se a escola utilizará seu currículo em uma perspectiva meritocrática, ou seja, na sua organização escolar, apenas serão promovidos aqueles que merecerem. Diante destas contribuições, cabe sintetizar a noção de currículo com a qual trabalhamos associada à concepção de aprendizagem que compartilhamos: em sua natureza, o currículo necessariamente implica diferentes formas de apropriação que o sujeito faz de um conjunto de vivências e conhecimentos oportunizados pela escola. Trata-se sempre de uma reconstrução individual, portanto, diferenciada a cada aluna/aluno. Currículo escolar e formas de organização do ensino Ao pensarmos o currículo escolar, devemos atentar que nem tudo o que a escola diz ensinar, a aluna ou o aluno assumem como aprendidos e, ainda, que nem tudo o que alunas e alunos dizem ter aprendido na escola, a escola assume como resultado de seu ensino. De fato, nas escolas, muitas coisas são ensinadas sem necessariamente serem anunciadas e muitas coisas são aprendidas sem que constem dos currículos escolares. O método que a escola usa para a definição do conhecimento que vai trabalhar diz muito sobre como ela encara o desafio de ensinar a todos. Mais que respostas, algumas perguntas podemos fazer a nós mesmos sobre o ensino na sala de aula: Quem define o conteúdo que será trabalhado em sala de aula? Com quem e a partir de que este conteúdo é definido? Como se distribui o trabalho com o conhecimento entre as séries ou ciclos? Como as professoras e professores interpretam a ciência? Ela se fundamenta de verdades ou incertezas? Quando e como o trabalho em sala de aula é planejado? O planejamento é coletivo? Acontece com os alunos e alunas junto aos professores e professoras? Acontece diariamente, semanalmente, mensalmente, semestralmente ou anualmente? As séries planejam vertical e horizontalmente? E os ciclos? De que maneira são acompanhadas as construções dos alunos e alunas? Em que medida o currículo é diferenciado para atender às diferentes formas de aprender e às diferentes sínteses que o sujeito constrói ao longo de sua vida? Algumas propostas de trabalho curricular são desenvolvidas no Brasil e podem colaborar com a escola na atividade de ensinar de forma participativa e crítica a todos. Entre estas propostas podemos citar o tema gerador, o complexo temático e também a rede temática. Estas propostas têm em comum a organização do ensino a partir de uma leitura da realidade vivida pelos alunos e alunas, com o objetivo de elencar conceitos, formas de linguagem e relações políticas, econômicas e sociais presentes no cotidiano destes estudantes. A partir desta leitura, alguns conhecimentos são elencados para o trabalho através das diferentes disciplinas ou do conjunto de professores que trabalha com a turma. Definidos estes conceitos, a serem decodificados, o que se pretende é que o aluno ou aluna consiga avançar de uma determinada forma de ver a sua realidade (chamada realidade percebida) para uma outra forma (chamada concebida), mais elaborada e crítica. Nesta transformação da forma como o sujeito vê o real é que diversos conteúdos vão sendo trabalhados, buscando instrumentalizar o estudante para a transformação social.

PROJETO DE ENSINO

Como elaborar Projetos de Ensino

            Existem vários benefícios da realização de projetos de ensino como alternativa metodológica. Eles possibilitam considerar o conhecimento como globalizado, abrem espaço para trabalhos que vão além do espaço delimitado por cada disciplina, valorizam os saberes dos alunos, oportunizam um processo mútuo de aprendizado, através de processos onde a aprendizagem se torna mais significativa, fortalece a função social da escola, ligando ensino-pesquisa-extensão na tríade escola-sujeitos-sociedade.Porém, não existe nenhuma receita que garanta o sucesso de um projeto de ensino. O que temos são algumas prerrogativas que auxiliam neste processo.
           Elaborar um projeto é planejar, é delinear o que se pretende fazer, ao que se pretende chegar, como isto será feito... Quanto mais detalhado for este planejamento, mais condições você terá de prever os fatos, evitando imprevistos. Mesmo assim, os imprevistos não estão excluídos do processo, são eles, juntamente de todas as peculiaridades do processo, que tornam esta uma experiência tão rica. Porém, se o projeto estiver bem estruturado, será mais fácil para o educador lidar o que pode vir a acontecer. Existem alguns passos que facilitam este planejar:

Problematização:
A problematização se dá a partir da observação. É a observação minuciosa do contexto que possibilita ao educador-investigador ver quais são as temáticas que realmente representam uma problemática para aquele contexto. 

Escolha do tema gerador: O tema surge do contexto observado e é ele que balizará todas as ações do projeto. É muito importante que o tema seja bem delimitado e que tenha uma relevância para o contexto em que se pretende trabalhar.

Justificativa:
Informe com clareza os motivos que o levaram a realizar seu projeto. O que você queria que a turma aprendesse? Para isso, trace um perfil da escola, dos alunos, cite a colaboração dos pais, da comunidade escolar e do bairro, das organizações envolvidas, de especialistas.. Mostre como as atividades se articulam à proposta pedagógica da escola.

Objetivos:
O que se pretende alcançar com esta ação (conhecimentos adquiridos, mudanças de atitude e/ou habilidades conquistadas). Normalmente tem-se um objetivo geral, de maior amplitude, e objetivos específicos, que esmiúçam o objetivo geral e dizem respeito às ações.

Conteúdos:
Especifique os principais conteúdos curriculares trabalhados no projeto para atingir os objetivos propostos. Neste caso, os conteúdos devem ser especificamente de Ciências. É interessante que o projeto envolva outras disciplinas (em um trabalho colaborativo com outros professores), neste caso, os conteúdos das outras disciplinas contempladas pela ação também devem ser elencados. 

Metodologia:
Como você pretende alcançar os objetivos, qual é a dinâmica do projeto... Aqui, precisam ser descritas: - Desenvolvimento das ações: passo-a-passo do trabalho e das atividades propostas, respeitando a ordem cronológica. - Recursos: livros, vídeos, computador, retroprojetor, máquina fotográfica... Especificar quais recursos serão utilizados e como eles serão adquiridos (a escola tem, os integrantes do grupo vão levar, os alunos vão trazer de casa...) - Bibliografia e outras referências: livros, artigos, revistas, vídeos, sites... Especificar quais e onde estão disponíveis (os integrantes do grupo tem, existe na biblioteca da escola, a professora da escola vai emprestar, foi tirado xérox/cópia...) É fundamental que todo o material utilizado (produzido ou compilado) para o desenvolvimento da atividade (questionários, palavras-cruzadas, figuras, textos...) seja anexado ao projeto.

Revisão bibliográfica: É fundamental que se consulte a bibliografia sobre o tema/conteúdos que se pretende abordar no projeto. Dependendo do conteúdo, algumas metodologias se aplicam melhor que outras, mas, para tanto, é necessário conhecer o tema. 

Avaliação: No projeto é necessário indicar as prerrogativas teóricas da avaliação (qual concepção de avaliação se segue, o que se pretende com ela) além dos instrumentos que serão utilizados para tanto. Já no relatório, é necessário, nesta parte, descrever a implementação desta, dificuldades, novas construções, resultados obtidos... A avaliação se compõe de duas partes: - Do processo de aprendizagem dos alunos. Como se pretende verificar o que os alunos aprenderam? Quais instrumentos avaliativos serão utilizados? Ao final é necessário apresentar sua avaliação sobre o que os alunos aprenderam, o que foi necessário alterar no planejamento, o progresso dos alunos.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

DEFINIÇÃO DE PROJETO DE APRENDIZAGEM

               O projeto de aprendizagem é uma pedagogia construtivista que tem como propósito promover aprendizado profundo através de um enfoque baseado em indagações para engajar os alunos com questões e conflitos que sejam ricos, reais e relevantes a suas vidas.
Quando podemos ver que o aluno tem algo a oferecer, vemos que este conhecimento prévio pode e deve interagir com o desconhecido, e assim apropriar-se dos conhecimentos específicos referentes a escola.

            "Um projeto para aprender vai ser gerado pelos conflitos, pelas perturbações nesse sistema de significações, que constituem o conhecimento particular do aprendiz".

                                                                                                  (Léa Fagundes, Aprendizes do Futuro)

             Nos projetos de aprendizagem as dúvidas e interesses do aluno irão gerar o próprio projeto, pois haverá por parte dele interesse em resolver as suas dúvidas.
           Definido por Hernández(1998) como "Projetos de Trabalho",os projetos de aprendizagem oportunizam uma maior interação entre professor e aluno,visto que constroi um universo de ações diversificadas que permitem a participação ativa do aluno. Ao longo do trabalho por projetos, o professor desempenha o papel de mediador. Nesse sentido, sua postura de detentor único do saber não existe mais.
          O aprendizado por projetos é desenhado para ser usado com questões complexas que exijam investigação por parte dos alunos para serem entendidas. Não parece ser válido o uso de Projetos no aprendizado de simples informação fatual ou enciclopédica. Por exemplo, os alunos podem ser solicitados a monitorar a qualidade da água de um rio local para então aprender sobre o ambiente local e outras questões ambientais que o afetam.
         O Projeto de Aprendizagem introduz novas formas de ensinar e aprender, além da quebra de paradigmas antigos na forma seqüencial de apresentação dos conteúdos, na classificação dos alunos por séries, fatos estes que serão quebrados totalmente no decorrer do processo, e principalmente, na quebra, de nossas atitudes frente ao conhecimento, fazendo com que este através das inúmeras possibilidades de aquisição de informações (pela temática) possa tornar possível a aquisição/construção do verdadeiro saber, a todos os envolvidos neste processo.
         Dessa forma, é possível que o aprendiz desenvolva habilidades e competências a respeito de qualquer temática, utilizando estratégias diferentes de aprendizado, de modo que sua própria forma de aprender seja contemplada ao longo do desenvolvimento do projeto de aprendizagem.
         Este é um enfoque para atividades de aula que enfatiza a aprendizagem de longo prazo, interdisciplinar e centrada no aluno. Esta forma de aproximação é geralmente menos estruturada do que as atividades tradicionais, centradas no professor; em uma aula que são utilizados projetos, os alunos precisam freqüentemente organizar seu próprio trabalho e gerenciar seu tempo. Esse estrutura prevê que os alunos colaborem entre si e trabalhem juntos para entender no que estão inseridos. A aprendizagem por projetos também difere de outros enfoques pois enfatiza o trabalho colaborativo e também por se basear na bagagem e recursos dos alunos para representar o que é aprendido.

Alguns elementos para uma boa experiência com projetos de aprendizagem incluem:
  • Questões ou conflitos férteis que sejam originais, reais e relevantes para as vidas dos alunos
  • O uso de tecnologia atual
  • Aprendizagem deve ser centrada no aluno ou promover que esse faça uso deliberado de sua autonomia
  • Colaboração
  • Componentes Multi-Disciplinares
  • Trabalho à longo prazo; não é preciso que o projeto seja realizado em períodos de aula, ou apenas em tempo de aula.
  • Devem ser orientadas aos resultados, com um estudo, apresentação e ação, como resultado da indagação original

DEFINIÇÃO DE SOFTWARE LIVRE

Software livre, segundo a definição criada pela Free Software Foundation é qualquer programa de computador que pode ser usado, copiado, estudado, modificado e redistribuído com algumas restrições. A liberdade de tais diretrizes é central ao conceito, o qual se opõe ao conceito de software proprietário, mas não ao software que é vendido almejando lucro (software comercial). A maneira usual de distribuição de software livre é anexar a este uma licença de software livre, e tornar o digo fonte do programa disponível.

DEFINIÇÃO DE WIKCIONÁRIO

             Wikcionário, um projeto colaborativo para produzir um dicionário poliglota livre em português, com significados, etimologias e pronúncia. O projeto iniciou-se em 3 de Maio de 2004 e tem-se 175 003 entradas na versão em português. Qualquer pessoa pode editar e salvar qualquer definição; não é necessário identificar-se.
             O objetivo do Wikcionário é descrever todas as palavras de todos os idiomas, com definições e descrições em português, idioma falado em Angola, Brasil, Cabo Verde, Galiza, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e por diversas comunidades em todo o mundo.

DEFINIÇÃO DE WIKIPÉDIA

            Wikipédia, uma enciclopédia livre, escrita em colaboração pelos seus leitores, este site utiliza a ferramenta Wiki, que permite a qualquer pessoa, inclusive a nós, melhorarmos de imediato qualquer artigo, de maneira fácil, pois ele nos dá todo suporte para isso e sem burocracia.
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Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.
Cora Coralina